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Ato 1[]
Passam-se alguns anos, e Credosvalda e sua família continuam vivendo com a mesma vida cheia e agitada de sempre. Tomé continua trabalhando muito para manter o sustento da casa. As meninas Hortênsia e Cristina continuam indo pra escola normalmente. Se metendo em várias confusões, Hortênsia é a que mais leva ferro dos pais e do diretor, por sua rebeldia. A menina decide mudar ainda mais seu visual, para mostrar quem é que manda. Corta todo o cabelo e deixa-o curto por algumas semanas, até que o corta de lado novamente para se sentir melhor com seu novo visual. Ninguém a aprovava, deixando-a frustrada. Cristina permanece a mesma menina santa e inocente de sempre, sempre fazendo sua irmã se dar mal, mas no fundo, reconhece que gosta da irmã. Credosvalda decide mudar de emprego novamente, pois sua antiga empresa na qual trabalhara faliu e para recompensar os gastos, o chefe do prédio o vende para uma empresa de advocacia, tendo assim como pagar seus funcionários. Mesmo com o dinheiro recebido, Credosvalda se vê obrigada a procurar outro emprego, até que depois de enviar seu currículo e diversos documentos, finalmente vai trabalhar em uma outra empresa, arquivando documentos importantes pelo computador. Recém-chegada à empresa, Credosvalda é motivo de piada por causa de seu nome e aparência. Novamente, ela não liga e vai realizar seu trabalho. Ela reencontra Malk flertando com a recepcionista do prédio. Ele a vê, tenta falar com ela, mas, sem sucesso. ela não dá a mínima para ele e o ignora, feliz, agora que já estava bem-casada. Logo, seu chefe diz que ela terá que fazer o trabalho junto com um funcionário conhecido da empresa, Melão Sardão. Ele se tornam bastante amigos, e ele a ensina de todos os macetes e dicas para fazer seu trabalho mais rápido e mais caprichado, para que o chefe a elogie e até a dê uma promoção. Até que em um inusitado dia, enquanto eles trabalham, Melão não pensa duas vezes, levanta-se e logo diz a ela:
- Credosvalda... Você é uma bonequinha. Você apareceu na minha vida como um todo... - Ele fala, tentando seduzi-la.
- Obrigada, Melão. Você também é um grande amigo. Me ajudou bastante aqui desde que cheguei... Nem sei como te agradecer, eu... - Ele a interrompe, para que ela não diga mais nada.
- Shhh! Eu sei... Um beijinho! Topa, linda? Eu te amo tanto, Credosvalda... Eu te quero pra mim! Você é minha. Te amo! te amo! te amo muito!
- NÃO! Quer dizer, não... Não posso. Olha, tá vendo o anel no meu dedo? Eu já sou casada. Me desculpa. Você é um cara legal, gosto muito de você, como amigo. Se eu não estivesse relacionada eu ficaria com você. Eu estou muito bem casada. - Diz Credosvalda, com cara de desgosto ao olhar para o anel. Ela estava mentindo e até gostava um pouco de Melão. Ela passava por alguns problemas no casamento e se sentia abandonada por Tomé por ele estar trabalhando tanto e não ter tempo para ela.
- Ah... Eu não o vi, me desculpa... Eu não quis ser ter sido tão atrevido, não foi minha intenção, me desculpa... Eu... Ah, droga! - Ele põe a mão no rosto, frustrado - Será que podemos continuar sendo amigos? Vamos fingir que nada disso aconteceu.
- Está tudo bem. Eu te perdoo, Melão. Você não sabia, é claro. Eu sei que não foi sua intenção. Venha, me dê um abraço. [...] Respondendo a sua pergunta, é claro que podemos. Se um dia eu não estiver mais relacionada, eu te dou uma chance. Você é um cara legal.
- Ótimo! Quer ir a um restaurante comigo logo depois do trabalho? Claro, como amigos... É o Bonventura, o melhor da cidade.
- É claro que podemos. Mas, vamos terminar de fazer o trabalho. Perdemos muito tempo conversando. Se o chefe descobre que estamos dando sopa, a gente tá frito! Talvez ele até nos demita! Está tão difícil encontrar um emprego em tempos de crise...
- Não se preocupa. Eu fui funcionário do mês por três meses seguidos, sempre fiz meu trabalho de forma rápida e descomplicada. Vem, eu te ajudo. É fácil como roubar um doce de um bebê! Hahaha!
Enquanto Credosvalda e Melão continuam a fazer seu trabalho, Malk os espiona, conversando e com abraços e carinhos. Ele fica enciumado. Não se arrepende do que havia feito à sua ex-noiva e tenta reconquistá-la de qualquer jeito, mesmo não se importando se ela esteja casada ou não. Estava disposto a qualquer maneira a ainda ter aquele dinheiro.
Ato 2[]
O trabalho chega ao fim, e todos os funcionários vão embora, aos poucos. Alguns ainda continuam na empresa, para pegar suas coisas e acabarem de realizar seus trabalhos. Melão, logo diz:
- Acabei! E você, Credosvalda?
- Hã... Pera aí... Deixa eu puxar esses arquivos pra cá e... Pronto, já acabei.
- Pronta pra ir? É por minha conta, não precisa se preocupar com dinheiro.
- Está bem... Vou dar uma lavada no rosto e retocar minha maquiagem. Você me espera lá fora, pode ser?
- Está bem. Vou esperar no carro. *Melão pensando: "Um dia, Credosvalda ainda será minha... Que mulher é aquela, meu Deus? Eu a amo tanto..."
E então, Credosvalda vai até o banheiro enquanto Melão espera ansiosamente no carro, distraindo-se facilmente pelo seu smartphone. Credosvalda limpa seu rosto de forma extrema, rejeitando qualquer defeito em seu rosto, coloca seu tradicional batom verde, uma leve pitada de maquiagem e já está pronta para ir. Ao sair do banheiro, é surpreendida com a chegada de Malk Aráter, que a esperava.
- Aí, meu Deus, que susto! Seu miserável, idiota encubado! Quem você pensa que é pra assustar alguém assim? Se me dá licença, eu tenho um compromisso, por favor, saia da minha frente, e suma de uma vez por todas da minha vida. Me ignora nessa droga, fingi que eu nunca existi na sua vida.
- Credosvalda, espera... - Ele a agarra pelo braço e começa a beijá-la a força, enquanto a mesma lhe desagarra e o acerta uma bela bofetada no rosto, deixando até mesmo uma enorme marca vermelha de sua mão em sua bochecha.
- Solta meu braço, cafajeste! Quem você tá pensando que é? Não me venha de papo furado que eu hoje eu não tô afim!
- Credosvalda, não seja teimosa... Olha, eu quero me desculpar por ter te traido e tal... Fiquei sabendo que está casada, não é mesmo? Me dê somente alguns minutos. Me dá mais uma chance. Quero ser pelo menos o seu amigo. Eu prometo que não vou te decepcionar. Eu te amo Credosvalda, sempre te amei. Agora é como amiga, é claro... As coisas mudam... Aquela idiota da Sheila que me seduzia pra eu esquecer você, é sério.
- Depois de todos esses anos me enganando... Você ainda quer meu perdão? Te conheço muito bem, Malk Aráter. Seu nome combina claramente com você. Eu não quer sua amiga nem aqui nem na China! Vê se me deixa em paz, se não eu juro que surto aqui mesmo e te mato. Eu tenho que buscar minha filha no dentista, sai da minha frente!
- Não, você não vai a lugar nenhum. Eu sei de tudo, não venha me enganar. Eu sei que você vai sair com aquele patife do Melão. Ele se acha tão perfeitinho, só porque foi funcionário do mês. Não confio nele. Ele não é quem você pensa que é. Se você for, eu mostro toda a gravação que fiz de vocês lá no escritório hoje, se abraçando, conversando, ao invés de estarem fazendo seu trabalho. Vocês sabem o quão bravo nosso chefe é, se nos vê fazendo coisas que não deveríamos em ambiente de trabalho, não é mesmo? Talvez até te demitiria, os dois. Ou você me dá mais uma chance ou vai se ver comigo. Meus capangas não vão deixar você escapar. Toda essa situação pode ser evitada se você manter qualquer contato físico de afeto por mim.
- Ah, é? Então toma, seu trouxa, eu não tenho medo de ninguém!
Credosvalda não se importa com a presença deles e o acerta no seu ponto fraco: a genitália. E justamente com seu salto alto. Todos gritam de dor arduamente enquanto Credosvalda ri da cara de todos. Enquanto Malk está deitado no chão gemendo de tanta dor, Credosvalda cospe em seu rosto e pede para que ele não a procure mais, se não ela será capaz de fazer algo abominável. Logo, ele a ameaça, dizendo que mostrará o vídeo de qualquer maneira, mas ela rapidamente pega seu celular onde estava com a gravação e o pisa, sem parar, além de jogá-lo na parede e quebrar toda a tela. Corre pro banheiro novamente, arruma a maquiagem que foi devastada pelo suor e corre até o carro, minutos depois.
- Porque demorou? Aconteceu alguma coisa? Achei que não viria. Já estava quase indo te ligar.
- Vamos, não se preocupa. É que... eu... Tive uns probleminhas com a minha bolsa. Meu conjunto de maquiagem estourou-se todo na minha mão, aí você já viu né?
- Hahaha! É melhor irmos logo. Esse é o melhor restaurante da cidade, se não formos logo pode nem haver mais cadeiras de tantas pessoas que vão naquele lugar.
E então, eles vão até o local, comem e se divertem muito, como amigos. Sardão a encanta de qualquer maneira e Credosvalda o agradece, sem se preocupar com nada, nem mesmo se estivesse casada. Malk, um pouco inconsciente, arruma-se rapidamente e já sabia o restaurante onde Credosvalda estava. Estava determinado a qualquer custo para conquistá-la, não importa o risco que corresse. Credosvalda logo é surpreendida pela chegada de Malk. Ele havia corrido para pegar seu carro e chegou o mais depressa que pôde. Já estava farta dele. Todos do restaurante se assustam com a gritaria do rapaz.
- POR FAVOR, CREDOSVALDA!! ME PERDOA!! EU SOFRO TANTO SEM SUA AMIZADE. PELO AMOR DE DEUS, ME DESCULPA PELO QUE FIZ! - Disse, em falso desespero.
- Eu não vou te perdoar nunca, NUNCA! O que você fez não tem perdão. Some da minha frente nesse exato momento se não você vai se ver comigo. - Credosvalda grita, irritada, dando um tapa na sua cara e puxando sua camisa a ponto de frouxá-la.
- Mas o que... Credosvalda? O que esse patife do Malk tá fazendo aqui? Você conhece ele?
- CREDOSVALDA, EU MORREREI SEM TER VOCÊ POR PERTO, POR FAVOR, ME PERDOA!
- Eu não sei bem, mas uma coisa é certa. GERENTE!!! GARÇOM!! SEGURANÇA!! FAÇAM ALGUMA COISA, ESSE HOMEM ESTÁ PERTURBANDO MINHA PAZ DE ESPÍRITO!
E rapidamente, o gerente presencia toda cena e chama os seguranças, que logo expulsam Malk do restaurante, proibindo-o a qualquer custo de pisar naquele lugar, por perturbar clientes. Logo, a situação abaixa e todos voltam a seus afazeres novamente.
Ato 3[]
- O que é que foi isso? Ele seguiu a gente ou o quê? Da onde você o conhece?
- Sabe aquela hora, quando eu demorei? Desculpa ter mentido. Ele tava tentando me subornar, sei lá. Eu o odeio tanto. Ele é bonito, mas é um traidor. Fomos noivos por um tempo, mas descobri que ele tava me usando. Eu descobri todo o plano dele e decidi sair daquela casa. Passei por poucas e boas...
- Ah, mas eu acabo com a raça daquele cachorro, eu...
- Não! Sente-se aí e vamos comer. Eu não quis te contar por esse motivo. Achei que você podia perder a cabeça, mas enfim... Vamos esquecê-lo. A comida está ótima, não está? - Rapidamente, Credosvalda tenta mudar o assunto.
- É, tem razão. Esquece o que eu fiz agora...
E eles acabam de comer e logo se levantam. Melão paga pela refeição e ele a leva para casa. Ela o agradece e jamais esquece o dia em que passou. Começam a fazer isso regularmente. Credosvalda e Tomé brigavam bastante com o passar do tempo, deixando Hortênsia e Cristina chateadas, pensando até que seus pais poderiam se separar. Ele desconfia que sua esposa está o traindo, pois a mesma chega bastante tarde do trabalho e mantém ligações anônimas com Melão, no meio da noite. Ele se surpreende com a conta do telefone ter vindo ainda mais cara do que do mês passado. Credosvalda fica tensa, mas decide não abrir o jogo. Até que um dia, bêbada e triste, Credosvalda comete um erro imperdoável para Tomé. Ela o trai com Melão. Ele a convida mais uma vez para um bar, onde eles exageram na conta e se beijam, deixando Credosvalda sem sentimento de culpa. De tão bêbada que estava, ela a pede para que ele o leve em casa. Sua sorte é que Tomé não estava em casa, mas estava de folga do trabalho. Poderia chegar a qualquer momento em casa, pois estava na casa dos pais na cidade. Logo, eles vão pra cama, sem mais nem menos. Se beijam bastante e Credosvalda não se arrepende de nada. Hortênsia e Cristina ficam bastante assustadas, mas decidem ficar de bico calado.
Tomé chega em casa, cansado, e houve gemidos e ruídos vindo de seu quarto, sem suspeitar de nada. Hortênsia e Cristina se assustam. Ele as pergunta o que era tal barulho. Elas fingem não saber e começam a olhar para todos os lados, assobiando. Hortênsia se apavorou com a descoberta do pai, que logo chega no quarto e presencia a traição de Credosvalda. Ele os flagra fazendo oba-oba, em sua própria cama, enquanto morre de raiva, bufando, literalmente. Malk chega de carro e presencia tudo através de um binóculo, pelo carro.
Ato 4[]
Tomé fica irado com sua atitude e recrimina a esposa. Ela tenta se explicar, mas Tomé não deixa, quase arrancando os cabelos de raiva. Ele diz que o que ela fez é imperdoável, e já está feito, não tinha como voltar atrás. Tomé ameaça se divorciar dela, enquanto Credosvalda chora sem parar. Ele diz que lutará na justiça para que suas filhas vivam com ele, caso ela queira se mudar e ficar com ele. Melão fica sem reação perante a tudo isso. Tenta ir embora, mas é surpreendido por Tomé. Ele o bate sem parar no rosto, sem dó alguma. Hortênsia e Cristina vêem toda a cena e choram feito bebês. Sua família estava sendo destruída. Credosvalda consegue interromper a briga, enquanto Melão veste suas roupas e foge, desorientado, de tão machucado estava. Seu rosto sangrava muito e ficara roxo e enxado, de tantos socos que levou. Eles discutem pra valer, enquanto Credosvalda fala que não se sentiu mais amada, e que Tomé deixou de amá-la. Ele relembra um dia em que ele estava se esgueirando em outras mulheres, enquanto viajavam.
Credosvalda pede perdão e Tomé não a escuta. Ele diz que ainda hoje irá pedir divórcio e as filhas viverão com ele. Hortênsia e Cristina se trancam no quarto, chorosas. Ouvem toda a conversa e não decidem viver com nenhum dos dois. Elas conversam baixo sobre o futuro da família. Credosvalda fica raivosa e Tomé quer vingança. Ele diz que foi um erro trazê-la para sua casa naquele dia e ter se apaixonado por ela, cegamente. Ela lhe acerta diversos tapas e ele quase fica desacordado, tentando ir até o tribunal da cidade. Rapidamente, o tranca dentro da casa e vai até a garagem. Ela faz uma besteira jamais igualável. Pega gasolina e caixas de fósforos, enquanto começa a derramar por toda casa. Ela estava bêbada e tonta, sem noção nenhum do que estava fazendo. Malk observa tudo, pega seu celular novo do bolso que acabara de comprar devido Credosvalda ter estragado completamente o seu, e grava toda a cena. Logo, ateia fogo em toda a casa. Ela estava em longas chamas, literalmente. Alguns vizinhos se assustaram de longe e chamam os bombeiros, que se atrasam mais do que deveriam devido a um enorme congestionamento em toda a cidade. Tomé fica sem saída e morre queimado, lentamente. Credosvalda vê seu sofrimento e começa a rir, acabara de cometer um homicídio. O que ela não sabia é que suas filhas estavam trancadas dentro do quarto, pois ouve os gritos das meninas vindo de lá de cima. Elas o destrancam, enquanto sentem um cheiro de queimado vindo do primeiro andar, e logo percebem que a casa estava sendo destruída aos poucos. Se trancam no quarto novamente, enquanto a chama se alastra pela casa, rapidamente. Credosvalda as chama pela janela. Pede para que elas arrumem pedaços de pano para colocarem pela janela e saírem de casa, pois a chama estava alastrando muito rápido por toda casa, e elas morreriam queimadas. Hortênsia tenta fazer tudo o que sua mãe diz, mas é pressionada por Cristina, quando a mesma fala para realizar logo o trabalho. Ela pede ajuda de Cristina, mas ela fica mais preocupada com as chamas altas já atingindo seu quarto. Ela joga os pedaços de pano para baixo que fizera com a cortina, roupas e cobertores. Credosvalda o segura e pede para que elas mantenham calma. A chama rapidamente devasta metade do quarto das garotas, pois Credosvalda havia exagerado na gasolina que jogou pela casa, chegando até o segundo andar. Cristina é atingida pelas chamas, enquanto Hortênsia tentava sair. Ela tenta segurar sua mão para salvar a vida da garota, mas as duas acabam sendo atingidas pelas chamas. Gritavam feito condenadas. Credosvalda se desespera e chora. Acabou de cometer uma super besteira. Credosvalda se arrepende de tudo e lamenta a morte das filhas, que morreram tão precocemente. Credosvalda fica sem chão, não aguentou o sofrimento das filhas. Os bombeiros finalmente chegam e conseguem controlar as chamas altas, que assustavam até que moravam no alto dos prédios. Credosvalda se assusta e corre bem longe dali.