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Um dia normal na vida da família dos Encantos. Maria José foi para o trabalho, e Ângela e Lílite estavam na escola. Daniel decidiu renovar seu caso com Catarina. Algo que eles não sabiam é que Maria José voltara mais cedo do trabalho. Ela saiu do carro e bateu a porta. Correu para dentro de casa para contar as boas novas.
– Daniel! Daniel! – entrou batendo a porta. – Cadê você?! Tenho boas novas!
Maria José abriu a porta e seu coração se partiu em mil pedaços. Seu marido estava na cama com a empregada da família, Catarina Langerak.
–Eu... Eu não acredito nisso! – gritou Maria José.
– Maria?... Eu... Eu posso explicar! – protestou Daniel.
– O que tem para explicar, Daniel dos Encantos?! Você está na cama com outra mulher que não é sua esposa! ISSO tem uma explicação plausível? – gritou Maria José.
– É... É melhor eu ir. – Catarina levantou-se, mas foi interrompida.
– Não. Você fica. – interviu Daniel. – Você fica onde está.
O clima estava muito pesado no quarto. Daniel estava ao mesmo tempo surpreso, mas também um pouco indiferente, como se isso fosse à coisa mais normal do mundo. Maria José estava fragilizada, e perdia a raiva aos poucos. Catarina sentia-se envergonhada de tudo. Quis se esconder debaixo das cobertas e deixar o furacão passar.
– Eu... não acredito. – disse Maria José para si mesma, saindo do quarto – Isso não pode estar acontecendo.
– Maria José, eu... – continuou Daniel, seguindo-a.
– Me deixe em paz, Daniel. – Maria disse baixo. – Eu...
– Não importa Maria. – Daniel começou a ser rude. – Você vai apenas calar a boca e escutar.
– Fale, então. – disse Maria.
– Se você não fosse tão egoísta, eu não teria te traído. – disse Daniel.
– Incrível Daniel. Você não tem escrúpulos? – perguntou Maria.
– Todo dia você fica no seu trabalho e quando volta pra casa, não quer saber de mim. É como se tivesse nojo de mim. – explicou Daniel.
– Eu não estou com humor pra isso, Daniel. – disse Maria, começando a se estressar – Você age como se tudo isso fosse a coisa mais normal do mundo!
Lílite e Ângela voltaram da escola. Ângela saiu correndo para mostrar sua nota para os pais, mas ao as duas passarem da porta da frente, Lílite evitou que Ângela continuasse.
– Olha, eu ainda não sei por que continuamos juntos. – Daniel falou – Eu cansei. Eu quero o divórcio.
Ao terminar de dizer essas palavras, Ângela deixou o caderno cair, chamando a atenção dos pais, que até agora estavam distraídos um com o outro. Ângela começou a chorar e correu para o seu quarto. Lílite continuava naquele lugar, boquiaberta.
– O que você está vendo, Lílite? – hostilmente perguntou Daniel. – Estou falando com a sua mãe. Você vá para o seu quarto agora.
Lílite juntou o caderno da irmã e subiu as escadas. Catarina, pensando que o furacão já havia passado, entrou na sala de estar, mas ainda encontrou os dois discutindo.
– Agradeça que eu sou um ex-marido bonzinho, e vou deixar você aqui por mais cinco dias. – Daniel ironizava. – E a partir de agora, a Catarina vai morar aqui. – Daniel virou-se para Catarina – Aceita ser a minha noiva?
Catarina era tímida, e não queria magoar a Maria José, mas aceitou em silêncio, embora Daniel quisesse que ela gritasse para todos ouvirem. E fazer Maria José se sentir pior ainda.
A noite caiu. Catarina serviu o jantar. Ângela e Lílite desceram em silêncio as escadas.
– Garotas – começou o pai – Quero que conheçam a sua nova madrasta.
– Madrasta? – Ângela surpreendeu-se.
– Você não tem vergonha na cara mesmo, não é, Daniel? – resmungou Lílite.
– Sou seu pai, Lílite. Você me deve respeito. – Daniel retrucou.
–Espero que se acostume com isso, Daniel. – Ângela protestou. – Você agora é merecedor de todo o desprezo do mundo.
Daniel e Lílite ficaram boquiabertos. Nunca viram a Ângela retrucar desse jeito, responder para um dos seus pais.
– Você... – continuou Daniel, ainda chocado – Vá para o seu quarto. Vai ficar sem jantar.
Ângela subiu as escadas bufando de raiva. Lílite continuava boquiaberta.
– Você não vem jantar, Lílite? – perguntou Catarina.
– Não pense que agora você é a minha madrasta que eu vou gostar de você. – disse Lílite. – Com licença.
Retirou-se escada acima. Catarina não queria substituir a ninguém. Queria que todos vivessem bem, mesmo ela sendo a nova esposa de Daniel. Lílite subiu as escadas e entrou no quarto de Ângela.
– Se você veio aqui para brigar – começou Ângela – pode ir dando meia volta.
– Não, não vim pra isso. – respondeu Lílite. – Só quis saber o que te fez ficar tão revoltada como ficou lá embaixo.
– Posso desabafar com você? – perguntou.
– Claro. Somos irmãs, não somos? – respondeu.
– É que sempre vi papai como um exemplo a ser seguido. – Ângela começou a falar – Ele sempre era tão determinado, não sei como conseguiu fazer isso. Eu o odeio agora. O odeio mais do que tudo agora.
– Pulei pra segunda da lista agora. – riu Lílite.
– Lílite, porque brigamos? – perguntou Ângela.
– Não sei. – Lílite respondeu. – Éramos assim desde crianças. Acho que nos costumaram mal. Eu sempre gostei de cores mais claras. Me lembro como se fosse hoje... Nós na sala de jantar... Era nosso aniversário.
– ...e te deram uma boneca toda bonita e colorida. – Lílite completou. – Fiquei com ciúmes, mas só me deram uma toda suja, meio esfarrapada. Me lembro que já era preta quando me deram. Me acostumaram com o preto.
Pararam um pouco.
– Sei lá, quem sabe podemos nos apoiar mais. – disse Lílite.
– Agora estamos ligadas por um elo em comum. – disse Ângela.
– Nós odiamos ao nosso pai. – falaram em uníssono.